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Firmado ao compromisso da geração e divulgação de conhecimento

RELATÓRIO ANALÍTICO

Documento de ordem consultivo e indicativo, para propor alternativas de solução dos mais diversos conflitos.

ÚLTIMOS INFOGRÁFICOS

Veja alguns números que ajudam a explicar a situação:
A AMAZÔNIA TEM VOZ
Estes vídeos têm como objetivo trazer a opinião dos povos tradicionais da Amazônia: populações ribeirinhas e indígenas sobre a importância da políticas públicas no lugar onde moram.
Avelino Huni Kuin
Às margens do Rio Juruá, no município de Marechal Thaumaturgo (AC), Francisco Araújo, reconhece a importância da implantação de políticas públicas em seu território. Filho de agricultores da Reserva Extrativista Alto Juruá, ele busca construir um novo “presente” como incentivo para as próximas gerações.

“Quando eu falo que nós moramos em um lugar que possui uma rica biodiversidade e que tem pessoas passando fome, percebo que há uma urgência em se buscar políticas públicas para as populações da região”, avalia.

O estudante de Pedagogia precisou acessar políticas públicas para ingressar no ensino superior. No campo da educação, percebeu as possibilidades de transformação para as comunidades rurais, extrativistas, indígenas e ribeirinhas e acredita em uma educação libertária como a descrita por Paulo Freire.

Em entrevista, ele conta que sua vivência na comunidade mostrou que a informação é fundamental para a população compreender os caminhos a seguir, na hora de eleger seus representantes e para a construção de pensamento crítico embasado na realidade do território.

“Vou citar Paulo Freire: a grande fome das pessoas não é no estômago, mas, sim, na mente”, relembra Francisco. Ele é apenas um dos inúmeros povos residentes da Amazônia que lutam pela manutenção do seu modo de vida em tempos de apagamento histórico e social. Nessa luta, o morador colocou como prioridade a educação não somente para ele, mas para todo o povo de Marechal Thaumaturgo, cidade conhecida como a “terra do feijão”.

Iraneide
A moradora da comunidade do Massapê localizada na Reserva Extrativista Alto Tarauacá, no município de JORDÃO (AC) relata que a água do rio e até mesmo da cacimba apresentaram altas temperaturas no ano de 2022 e que até mesmo as noites frias ficaram quentes."Foi o verão mais quente, o ano mais quente”. Disse a ribeirinha.

Segundo o serviço de monitoramento da União Europeia, estima-se que a temperatura média global em 2022 tenha sido 1,24 ° C (2,24 ° F) acima da temperatura média de 1850-1900, um período frequentemente usado como linha de base pré-industrial para metas de temperatura global. Isso é ~ 0,03 ° C (~0,05 ° F) mais quente do que em 2021.

Às mudanças climáticas afetam cada vez mais os regimes de chuvas e ocasionam alteração nos ciclos de enchentes dos rios, é comum em várias comunidades as pessoas relatarem que estão ocorrendo cheias repentinas, e secas mais duradouras, que afetam a vida da comunidade. Em Novembro de 2022, o Pesquisador e Professor da Universidade Federal do Acre (UFAC), Foster Brown, alertava sobre o baixo regime de chuvas durante o mês de Novembro, consequência das Mudanças Climáticas e intenso período de queimadas pelo qual passou o Estado do Acre. Às mudanças climáticas afetam principalmente as populações vulneráveis, que são obrigadas a viverem em locais propensos a inundações, tempestades, calor excessivo, deslizamentos de terra e falta de estrutura básica.

Vários fatores ocasionam mudanças no curso dos rios amazônicos, o principal são as alterações no solo (desmatamento e degradação das matas ciliares) e a ocupação desordenada ao longo das margens. As alterações também podem ocorrer de forma natural, como durante as cheias formando lagos ‘’apartados’’ conhecidos como Meandros. A ação antrópica (do homem), porém, é a que mais causa impactos negativos e ocasiona diversos problemas para as populações tradicionais que têm o rio como fonte de sustento.

Como descrito no vídeo pela ribeirinha, o curso do rio começou a mudar, se aproximando cada vez mais da sua residência, consequentemente causando o desbarrancamento da região.
Idevaldo
Diretamente da área onde serve os cafés, Idevaldo, morador do município de Jordão (Ac), fala de maneira breve ao Observatório sobre a importância de votar a favor das florestas pensando; na crise climática, nos biomas, territórios indígenas, áreas de conservação e unidades de conservação. Para que por meio disso, o poder público e a sociedade em geral vise a proteção da fauna e a prevenção do desmatamento. “isso traz benefício para toda a sociedade brasileira e para o mundo.” Desataca.

Votar verde é colocar todos esses pontos como algo essencial pois afinal, eles são. E você, como pretende defender as florestas?
Avelino Huni Kuin
O vereador Avelino Huni Kuin da cidade de Jordão (Ac) fala sobre as populações indígenas da região. Ao todo, aproximadamente 40% do munício é indígena. A representatividade na câmara dos vereadores na cidade o faz refletir sobre as problemáticas ambientais que seu enfrenta e como as políticas públicas devem atuar no território onde ele vive. “A gente não tem destruição, é só cuidado.” Afirma.

É de conhecimento nacional que o Brasil sempre teve problemas em respeitar a cultura indígena e seus direitos. Mediante a atual situação da Amazônia, o que podemos aprender com os povos tradicionais, em especial como devemos nos programar para cuidar dela nos próximos anos?
Curar a Terra é o primeiro passo. Só assim, poderemos pensar - e planejar - um futuro.