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Acre é o único estado da Amazônia que registrou aumento no desmatamento em 2024

O Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD), divulgado nesta quinta-feira, 15 de maio, pela iniciativa MapBiomas Alerta, apontou redução no desmatamento em cinco dos seis biomas brasileiros em 2024. Na Amazônia, o Acre é o único estado que não apresentou queda na área desmatada, com o aumento de 30% no ano passado.

A região conhecida como Amacro, também teve listagem positiva no quesito de diminuição da problemática pelo segundo ano consecutivo. Em 2024 houve uma redução de 13% no desmatamento, quando comparado a 2023. Foram 5.753 alertas totalizando 89.826 hectares.

O Pará é o estado com a maior área desmatada no acumulado de 2019 a 2024, com cerca de 2 milhões de hectares desmatados (1.984.813,8 hectares). No último ano, a maioria dos estados amazônicos apresentou queda na área desmatada, com exceção do Acre. Por dia, esse número chega a 103,27 hectares, valor maior que em Rondônia, que desmatou 2,36, por hora, e 56,60 por dia, no ano passado.

A região ficou em segundo lugar, com 30,4% da área desmatada no Brasil (377.708 hectares). Esta foi a menor área desmatada dos seis anos da série histórica do RAD, iniciada em 2019. Juntos, Amazônia e Cerrado responderam por quase 89% da área desmatada em 2024 e isso se reflete no tipo de vegetação mais desmatada no Brasil: pelo segundo ano consecutivo, as formações savânicas foram as áreas mais desmatadas (52,4%) no Brasil, seguidas das formações florestais (43,7%).

Ainda de acordo com o relatório, os biomas brasileiros tiveram redução na área desmatada em 2024, com exceção da Mata Atlântica, o bioma com a maior parte de sua área florestal já desmatada. O bioma se manteve estável após uma queda de quase 60% no desmatamento observada em 2023 (13.212 hectares), na comparação com 2022 (29.721 hectares).

Foram perdidos 57.930 hectares de vegetação nativa dentro de Unidades de Conservação (UCs) em 2024 – uma redução de 42,5% em relação a 2023. Em UCs de Proteção Integral a redução foi maior: 57,9%, com 4.577 hectares. E mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no Brasil nos últimos seis anos ocorreram por pressão da agropecuária.

Outros vetores têm peso distinto de acordo com o bioma. No caso do garimpo, por exemplo, 99% de toda área desmatada por essa atividade está localizada na Amazônia. Já no caso de desmatamentos associados aos empreendimentos de energia renovável desde 2019, 93% deles estão concentrados na Caatinga. O Cerrado, por sua vez, concentra 45% da área desmatada relacionada à expansão urbana em 2024.

Em seis anos, o desmatamento no Brasil suprimiu uma área equivalente a toda a Coreia do Sul: foram 9.880.551 hectares de 2019 a 2024 – dois terços dos quais (67%, ou 6.647.146 hectares) ficam na Amazônia Legal.

*Com dados do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD)